Por Marcelo Barone
Foto Esther Lin
José Mentor deseja criar uma lei proibindo a transmissão de MMA na TV brasileira. A TATAME entrou nessa briga, comparando o esporte com outras modalidades populares, mas que já envolveram mortes. Mas, por que somente o MMA sofre esse preconceito no Brasil?
O futebol, esporte mais popular no país, já teve casos famosos de violência e morte. O maior ídolo da história do Flamengo, Zico, teve sua perna fraturada em uma entrada criminosa de Márcio Nunes, do Bangu. Márcio dos Santos, em 2002, o camaronês Foé, em 2003, Serginho, Féher e Pavitski, em 2004, Abdelwahab, em 2006, e Puerta e Rojas, em 2007, foram os casos mais famosos de mortes de jogadores em campo, inclusive com transmissões ao vivo mostrando o fato.
Pegando como exemplo o Boxe, que também é um esporte de contato físico, com socos, em toda sua história já tiveram mais de 1.255 óbitos, em 72 países. Enquanto isso o MMA, por enquanto, não registrou mortes em eventos regulamentados por Comissões Atléticas.
Quem não se lembra do acidente fatal de Ayrton Senna, no GP de Ímola, em 1994? Pois é, o piloto brasileiro estava no auge e teve sua carreira interrompida de forma trágica. Desde a década de 50, quando a Fórmula 1 começou a ser disputada, 45 pilotos morreram nas pistas. Na Fórmula Indy, Stockcar e Moto GP, não é diferente, com óbitos de profissionais.
Enquanto isso, uma Comissão Atlética rege o MMA nos Estados Unidos, banindo a participação de atletas que apresentem qualquer problema de saúde.
Essa discussão tomou tanta proporção que o jornalista do jornal “O Globo”, Zuenir Ventura também entrou nessa polêmica, com uma coluna criticando abertamente o MMA. Em contato com a TATAME, o escritor deu sua posição sobre o esporte, o criticando e comparando com outras modalidades.
“Não sou fã das Fórmulas 1 e Indy, mas ao contrário das lutas de MMA, o objetivo é a velocidade, não a violência”, comentou. “A previsão é que daqui a pouco o MMA ultrapasse o Vôlei e a Fórmula 1 em popularidade, perdendo apenas para o futebol. A extraordinária cobertura que vem recebendo da televisão contribui muito para isso, que o diga Galvão Bueno. A cultura da violência agradece”.
Mas também tem gente que defende o MMA. O ex-lutador de Boxe Acelino Popó é um deles. Um entusiasta do esporte, o atleta afirmou que existem esportes mais violentos, mas que não sofrem com esse preconceito.
“O MMA não é tão violento quanto as pessoas pensam. Tem as regras, seus limites, juízes e médicos. Creio que haja esportes muito piores, como o hóquei, no qual o couro come, o futebol americano...”.
Em choque com o deputado que deseja impor essa lei, Anderson Silva e Wanderlei Silva já criticaram a postura do político. Quem será que ganha essa luta?
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